segunda-feira, 27 de junho de 2011

O trabalhador e o presente de grego!

Infelizmente a voz do povo há muito deixou de ser a voz de Deus! Os trabalhadores tentam se insurgir contra as injustiças sociais, porém, melindrados e impotentes acabam por silenciar. Silenciam por quê? Ora, alguns eleitos pelo povo, após tomarem assento na maciez do cargo, passam a rodopiar em viés, ou seja, desviam o assunto, abafam o caso, mudam de calçada e ignoram os cidadãos que os presentearam com o voto. Aposentados e idosos ridicularizados, educação em estado de consternação, sistema de saúde moribundo e a justiça, pobre anciã literalmente cega, jaz enterrada em vala rasa e sombria, inerte e sem domínio. E o pacato cidadão se entrega ao lento remoer das angústias e ao tedioso sorver do abandono.

Imperativo é que o povo descubra o valor do único tesouro que ainda existe na tosca arca da cidadania: o voto. Somente ele permanece e tudo há que ser legitimado na hora da escolha da grande seleção que governará o país. A luta pelo direito adquirido, pela integridade social e pela dignidade, torna-se gloriosa na boca da urna. Porém, para vencer tal batalha, imprescindível não converter o voto em objeto de escambo, cevando assim a rechonchuda imoralidade. Escolher com probidade as excelências é o ponto de partida para abolir vergonhosas CPI(s), ou convenções de propinas ilegais. Políticos corruptos menosprezam a capacidade do trabalhador, depreciam o patriotismo, afrontam o estandarte nacional, achincalham as leis, banalizam o crime, protegem a formação de quadrilhas, destroem a infância, eliminam pela fome os miseráveis, emporcalham a nação com excrementos fétidos da falta de vergonha. Trabalhadores do Brasil, hoje mais do que nunca urge aquilatar a seriedade das eleições, valorizar direito de voto e repensar as implicações advindas da escolha dos candidatos.

E a grande feira do dinheiro de plástico, de verde e amarelo adornada, continua a distribuir presentes de grego: pastelão vale refeição, pastelão vale gás, pastelão cesta básica; pastelão vale leite, pastelão bolsa família, porém, o mistério é que nada é de graça! Tudo advém dos montantes fisgados das algibeiras do próprio trabalhador pelo astuto anzol da arrecadação. Quanta mortificação, ter que viver com as mãos atreladas às rédeas do paternalismo! Quando a próxima eleição estiver prestes a decolar, entre rojões, santinhos e camisetas, certamente será distribuído o novo e magnífico pastelão mela-mela, recheado com marmelada para adoçar a boca do cidadão que enquanto se lambuza, perde a fala!

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